Situações onde se pode desenvolver as noções matemáticas

Na vida diária podemos aproveitar diversas situações para desenvolver o raciocínio matemático das crianças. Como estava numa de postar coisas sobre matemática, lembrei-me de folhar um livro que tenho, "A Criança e o Número" de Constance Kami, que fala muito sobre como a quantificação é algo frequentemente utilizado. Assim vou fazer um resumo do que estive a ler e também referir outras sugestões/estratégias que também poderiam estar nesse mesmo livro e costumo fazer:

• na hora de marcar as presenças (contar as crianças que estão e as que não estão, quem esteve ausente ontem e se hoje vieram mais ou menos meninos do que no dia anterior) e na hora de fazer a contagem de quantos meninos estão para o almoço e lanche pode-se fazer também fazer a contagem por exemplo de quantos meninos querem pão só com manteiga, e quantos com fiambre, ou quantos leites simples e quantos são com chocolate, etc;
• na hora das refeições e dar-lhes tarefas na sala (pode ser na distribuição dos guardanapos, copos de água, de materiais como tesouras, etc...) . Ou seja, se o educador criar situações em que se pode atribuir algumas tarefas a quantificação surge de uma maneira natural e significativa. Visto que os grupos são numerosos e quando não conseguem ainda manejar o número total de crianças presentes na sala, o educador poderá dividir o grupo em grupos menores de forma que o número possa ser suficientemente pequena para ser compreendido. O que pode acontecer na contagem da distribuição de objectos é que a criança pode-se esquecer de se contar a si mesma, assim é importante que o educador faça essa observação.
• Realizar quadros de registos de frequência como por exemplo: o quadro do tempo (quantos dias esteve esta semana sol, chuva, etc); tabela de presenças; calendário da sala (quantos dias já passaram este mês ou quantos faltam para acabar o mês; quantos dias faltam para o dia da mãe por exemplo, etc...); quadro de aniversários (quantos meninos fazem anos este mês).
• No momento em que arrumam a sala o educador pode sugerir que cada menino arrume 3 brinquedos. O Educador pode rotular as caixas dos jogos (por exemplo desenhar o numero de peões e dados que deve ter um jogo, o número de cartões etc...). Outra ideia interessante é aplicar um quadro mostrando quem é o responsável do dia pela arrumação de uma determinada área, em que ao inicio todo o grupo é reunido e o responsável de uma área decide sobre quantos ajudantes precisa e escolhe-os (o educador poderá impor limites).
  
• A votação é sempre necessária por exemplo, quando querem dar o nome a uma personagem que inventaram, e depois ao registarmos a quantidade de meninos que prefere este ou aquele nome pode-se promover a comparação de quantidades e damos ao mesmo tempo às crianças o poder de decisão promovendo assim também a sua autonomia.
• Os jogos em grupo , tais como:
  

1. os jogos com alvos (quantos objectos se acertou e fazer folhas de contagem para no fim fazerem comparações);
2. jogos de esconder objectos (esconde-los na sala e ver quantos objectos conseguíram encontrar e quantos faltam procurar, trabalhando assim a adição e a subtração. Também pode-se formar pequenos grupos e obter no final comparações e ver quem encontrou mais ou menos objectos. Outro jogo de esconder que as crianças apreciam muito (fartava-me de jogar a isto ;) ) é utilizando uma manta, ou cobertor, e esconder objectos ou até mesmo crianças e quantificar assim, quantos objectos ou meninos, faltam e quantos estarão escondidos. Este é um jogo que desenvolve desenvolve também muito a capacidade de memorização.;
   
3. Brincadeiras como a dança das cadeiras (quantas cadeiras necessitarão, ou seja se com mais ou menos do que o número do que o numero de jogadores). Convêm que este jogo seja feito com poucas crianças.
4. Jogos com cartas, por exemplo: o jogo da memória em que tem que encontrar o respectivo par, no final podem contar quantos pares conseguíram fazer; A "batalha" (este feito só com crianças mais velhas, de uma forma simples usando cartas com numeração até 10) em que as cartas são distribuídas entre os jogadores, numa pilha, viradas para baixo. Cada criança vira a carta superior de sua pilha e as duas comparam os números. Aquela que tiver o número maior fica com as duas cartas e o jogo continua assim até que uma das pilhas de carta termine ou compare-se a altura das pilhas para determinar o vencedor. No caso de a carta que sair for do mesmo número faz-se a regra tradicional do jogo em que se coloca a carta seguinte para baixo, em cima da primeira, e vira uma terceira carta (ou então para simplificar) vira-se só mais uma carta e fazem a comparação).

Este post também surge para vocês comentarem e assim partilharem , em que situações explorem as noções matemáticas nas vossas salas.