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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Literacia Emocional - As escolas que tem feito!??

"Como pode alguém obviamente tão inteligente fazer uma coisa tão irracional e tão estúpida?"

Esta semana li essa frase e a resposta é óbvia: a inteligência académica tem muito pouco a ver com a vida emocional. Depois de ter visto o site onde li essa frase, lembrei-me que faltava abordar umas questões essenciais no meu "bloguito" tais como: A importância de I.E no Pré-escolar e o papel que o educador deve ter. Retirei então umas informações da monografia final de curso e de um site ou outro da net, e dessa pesquisa surgiu o que vem a seguir :)

O cérebro do Ser Humano está em constante desenvolvimento ao longo da sua vida, mas é durante a infância que este é mais intenso, daí a a grande importância da Educação Pré-Escolar e do papel do educador para o desenvolvimento de competências emocionais fulcrais nas crianças.
Tal como Goleman (o grande mestre, todo poderoso lololololol o grande impulsionador da I.E) afirma nos seus estudos, existe um processo designado como "poda"... mas o que é isto da "poda"!??? Este processo (poda) é o que faz com que o ser humano vá perdendo as ligações neuronais menos utilizadas, o que torna a experiência como algo extremamente importante visto que é assim que modelamos o nosso cérebro. Assim sendo, quantas mais experiências proporcionarmos aos nossos "terroristas" ;) , mais probabilidades existem em que não se perca competências/capacidades emocionais úteis durante toda a vida.
Está comprovado que quem não tem acesso a uma literacia emocional, está mais propenso a desenvolver problemas como o insucesso escolar, à marginalidade, etc...
A Inteligência Emocional desenvolve capacidades como: a tolerância às frustrações; o controlo das emoções; o reconhecimento de emoções alheias e consequente eficaz forma de lidar com as mesmas; a automotivação; a negociação; a confiança; o auto-controlo e a auto-estima.
Estas competências que acabei de referir podem ser promovidas desde o jardim-de-infância e é algo que se desenvolve ao longo da vida, e que é apenas notório a longo prazo, visto que é característico das crianças desta faixa etária estarem ainda muito centradas em si (o egocentrismo nem sempre permite a aquisição de todas as competências de forma imediata).
Infelizmente em muitas instituições do ensino pré-escolar há demasiada preocupação em escolarizar as crianças :( esta excessiva preocupação com aquisições académicas (em detrimento das emocionais) podem causar dificuldades como: retraimento ou problemas emocionais, que se manifestam sob diversas formas (isolamento, infelicidade e dependência relativamente aos outros; ansiedade e depressão reveladas através de medos, angústias, nervosismo e tristeza; défices de concentração e delinquência ou agressividade...)
Sabendo que devemos educar as emoções das crianças porque não só melhora a vida emocional mas também melhora o desenvolvimento académico, porque é que actualmente estamos a andar para trás e nos preocupamos tanto com actividades extra-curriculares, mais computadores nas escolas, a preparação excessiva para o 1ºciclo, entre outras coisas meramente académicas!? Porque é que ainda não se faz os possiveis para consciencializar mais as pessoas e profissionais da educação que é importante proporcionar o desenvolvimento das competências emocionais em contexto não só familiar mas também escolar!?

«Embora um QI elevado não seja garantia de prosperidade, prestígio ou felicidade na vida,
as nossas escolas e a nossa cultura estão fixas nas capacidades académicas,
ignorando a inteligência emocional, um conjunto de características - há quem lhes cha
me carácter -
que também tem uma importância imensa para o nosso destino pessoal.
A vida emocional é um
domínio que, tão seguramente como a matemática ou a leitura, pode ser tratado com maior
perícia, e exige o seu próprio conjunto de competências específicas.»


A Educação Emocional pode ser feita de forma transversal, tanto que "(...) a estratégia mais frequentemente usada na educação emocional é não criar novas aulas mas misturar as lições sobre sentimentos e relações com os outros temas já ensinados." (Goleman,1997:293), e há que aproveitar todas as oportunidades dentro e fora da escola, para ajudar as crianças a transformarem os seus problemas, os seus momentos de crise pessoal, em lições de competências emocionais.
A literacia emocional não pode ser só da responsabilidade dos pais!!! As crianças hoje em dia passam até mais tempo na escola do que propriamente em casa. Além disso, nem todos os pais tem uma postura correcta e abordam essas competências com os filhos, o que cria um "vazio" na sua educação.
O que um educador deverá fazer para combater este "vazio"!?
Um educador deverá questionar-se sobre:
  • a sua prática;
  • o seu sentido de autoridade;
  • a sua segurança e capacidade de gerir e controlar problemas de comportamento na sua sala;
  • a sua auto-estima (porque essa se reflecte na sua forma de estar com as crianças;
  • o seu comportamento, se este está de acordo com o papel modelo que é atribuido ao educador (visto que a criança aprende por imitação) de forma a criar um bom ambiente para o desenvolvimento da auto-estima e de sentimentos de segurança no seu grupo de crianças;
  • a sua flexibilidade, se dá importância ao diálogo pois este estimula as crianças a exprimirem as suas emoções, aprendendo de igual modo a opinar e partilhar vivências com o grupo.
Em jeito de conclusão, o educador deverá potencializar a criação de laços empáticos entre o grupo, para que este aprenda a escutar, entender, compreender, valorizar e assumir os diferente estados emocionais. A capacidade de empatia é a grande base da Educação Emocional.

Por hoje já chega de falar de emoções, mas para o próximo post vou colocar umas sugestões que encontrei na net para podermos educar emocionalmente :D

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